Há muito que as pesquisas sugerem índices de insatisfação e stress elevados entre os Advogados.
Não há como contornar o facto de que a prática do Direito, especialmente ao nível da excelência, é uma tarefa árdua. Em bom rigor, isto pode ser mais verdadeiro hoje do que nunca, designadamente, porque o mercado mudou e aumentou e exige, agora, que um Advogado seja muito mais do que um dominador das leis e da arte da retórica, para ser também um especialista em mercados financeiros, gestor de projectos, negociador exímio e fiscalista nato, capaz de gerir uma agenda infindável de reuniões e diligências, Zoom, prazos e conferências...
A maioria dos Advogados júnior chega ao exercício da profissão directamente do mundo académico. Nesse mundo, aprendeu a trabalhar, a alcançar metas e a passar para o próximo desafio, num percurso definido e sincronizado desde o primeiro dia. Porém, quando chegam a uma sociedade de Advogados, as coisas mudam. As metas futuras são menos claras. O próximo e óbvio passo que trazem em mente – tornar-se sócios – parece vago e distante para a maioria, mas, para alguns, torna-se uma fixação, por ser a próxima validação tangível de seu trabalho.
E esta é uma armadilha em que muitos Advogados caem. Eles estão tão focados em alcançar metas futuras – como tornar-se sócio e ganhar dinheiro suficiente para se reformar – que, durante o processo para alcançar estas metas, muitos trocam a felicidade presente pela felicidade futura e incerta. Este é o problema de sofrer durante a rotina diária de uma carreira jurídica com um olho nas recompensas de um futuro incerto: e se o fim não for diferente, mas apenas mais do mesmo?
Aprenda a apreciar o processo
Para um Advogado que aprende a apreciar o percurso de se tornar um Advogado bem-sucedido, cada dia não é enfadonho, mas, antes, outra oportunidade de realização. Ser sócio passa a ser uma meta, mas não uma obsessão, por existir satisfação no dia-a-dia.
É um cliché, mas é verdade: “É a jornada, e não apenas o destino final!”. Não devemos pretender cruzar a meta, sem passar pelo treino. E uma das formas de aprender a desfrutar do processo é, precisamente, encarar a sua carreira, não como uma longa jornada, mas como uma série de curtas etapas. O primeiro destino ou degrau é alcançado após, aproximadamente, dois a três anos de prática. Após este período, muitos jovens Advogados estão prontos para passar ao nível seguinte. Infelizmente, alguns deles terminam esta primeira fase abatidos, arrependem-se da escolha que fizeram para a sua carreira e detestam o dia-a-dia do seu trabalho.
Ora, a diferença entre estes dois tipos de jovens Advogados não é a cultura ou o ambiente; se repararmos, encontraremos dos dois em todas as sociedades. A diferença fundamental entre eles é a mentalidade! Uns aprenderam a gostar do processo e do desafio diário de se tornarem Advogados, enquanto os outros estão, simplesmente, focados no destino final. Uns sentem-se no controlo das circunstâncias, os outros sentem-se controlados por elas!
Um caminho a seguir para jovens Associados
Se está nos primeiros anos da sua carreira, é certo que já passou por algumas situações de stress. Primeiro que tudo, saiba que não está sozinho. Em segundo lugar, enfrente o facto de que a pressão faz parte das regras do jogo – escolheu uma carreira desafiadora e de muita responsabilidade. Terceiro, saiba que tudo ficará melhor, desde que se dedique a ser melhor. Sim, à medida que aprimora as suas habilidades e melhora as suas competências, as alia ao auto-conhecimento e desenvolve forte inteligência emocional, as coisas vão ficando cada vez mais fáceis e confortáveis.
Tenha em mente que a sua felicidade e satisfação são o resultado da sua diligência e intencionalidade. Depende de si aprender a gostar de jogar o jogo tanto quanto deseja vencê-lo.
Seguimos juntos, rumo a uma Advocacia de sucesso!
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